sábado, 23 de maio de 2009

Abordagens Plásticas

O Lago dos Cisnes



Mala Dez Anõezinhos da Tia Verde Água



segunda-feira, 18 de maio de 2009

O Conto da Ilha Desconhecida

"Um homem foi bater à porta do rei e disse-lhe, Dá-me um barco. A casa do rei tinha muitas mais portas, mas aquela era a das petições."




"O sol havia acabado de sumir-se no oceano quando o homem que tinha um barco surgiu no extremo do cais. Trazia um embrulho na mão, porém vinha sozinho e cabisbaixo. A mulher da limpeza foi esperá-lo à prancha, mas antes que ela abrisse a boca para se inteirar de como lhe tinha corrido o resto do dia, ele disse, Está descansada, trago aqui comida para os dois."




"Acordou abraçado à mulher da limpeza, e ela a ele, confundidos os corpos, confundidos os beliches, que não se sabe se este é o de bombordo ou o de estibordo. Depois, mal o sol acabou de nascer, o homem e a mulher foram pintar na proa do barco, de um lado e do outro, em letras brancas, o nome que ainda faltava dar à caravela. Pela hora do meio-dia, com a maré, A Ilha Desconhecida fez-se enfim ao mar, à procura de si mesma."



O Conto da Ilha Desconhecida - José Saramago

(Versão completa aqui http://ap126art.ning.com/group/fisalis/forum/topics/jose-saramago-o-conto-da-ilha )

O Lago dos Cisnes

O mago Rothbart transformou a princesa Odette num cisne, e só a lua lhe permite recuperar a aparência humana. A princesa só poderá ser libertada por um homem que a ame apenas ela. O príncipe Siegfried, apaixonado, jura que será ele a quebrar o feitiço do mago.







Os Dez Anõezinhos da Tia Verde Água

Era uma mulher casada, mas que se dava muito mal com o marido, porque não trabalhava nem tinha ordem no governo da casa; começava uma coisa e logo passava para outra, tudo ficava em meio, de sorte que quando o marido vinha para casa nem tinha o jantar feito, e à noite nem água para os pés nem a cama arranjada. As coisas foram assim, até que o homem lhe pôs as mãos e ia-a tosando, e ela a passar muito má vida.



A mulher andava triste por o homem lhe bater, e tinha uma vizinha a quem se foi queixar, a qual era velha e se dizia que as fados a ajudavam. Chamavam-lhe a Tia Verde-Água:

– Ai, Tia! vocemecê é que me podia valer nesta aflição.

– Pois sim, filha; eu tenho dez anõezinhos muito arranjadores, e mando-tos para tua casa para te ajudarem.



E a velha começou a explicar-lhe o que devia fazer para que os dez anõezinhos a ajudassem; que quando pela manha se levantasse fizesse logo a cama, em seguida acendesse o lume, depois enchesse o cântaro de água, varresse a casa, aponteasse a roupa, e no intervalo em que cozinhasse o jantar fosse dobando as suas meadas, até o marido chegar. Foi-lhe assim indicando o que havia de fazer, que em tudo isto seria ajudada sem ela o sentir pelos dez anõezinhos. A mulher assim o fez, e se bem o fez melhor lhe saiu. logo à boca da noite foi a casa da Tia Verde-Água agradecer-lhe o ter-lhe mandado os dez anõezinhos, que ela não viu nem sentiu, mas porque o trabalho correu-lhe como por encanto. Foram-se assim passando as coisas, e o marido estava pasmado por ver a mulher tornar-se tão arranjadeira e limposa; ao fim de oito dias ele não se teve que não lhe dissesse como ela estava outra mulher, e que assim viveriam como Deus com os anjos. A mulher contente por se ver agora feliz, e mesmo porque a féria chegava para mais, vai a casa da Tia Verde-Água agradecer-lhe o favor que lhe fez:

– Ai, minha Tia, os seus dez anõezinhos fizeram-me um servição; trago agora tudo arranjado, e o meu homem anda muito meu amigo. O que lhe eu pedia agora é que mos deixasse lá ficar.

A velha respondeu-lhe:

– Deixo, deixo. Pois tu ainda não viste os dez anõezinhos?

– Ainda não; o que eu queria era vê-los.

– Não sejas tola; se tu queres vê-los olha para as tuas mãos, e os teus dedos é que soo os dez anõezinhos.

A mulher compreendeu a causa, e foi para casa satisfeita consigo por saber como é que se faz luzir o trabalho.




Teófilo Braga

A Bela Adormecida

Naquele grande reino, ao nascer um novo dia, nasceu também uma princesa, a quem puseram o nome de Aurora. Para o baptizado foram convidadas três fadas madrinhas: Flora, Fauna e Primavera.




Flora concedeu à princesa o dom da beleza,



Fauna, o da música.



Quando a fada Primavera se acercava do berço, para também fazer a sua oferta, foi subitamente ultrapassada pela bruxa Malévola, que ninguém tinha convidado, e que gritou:
-Quando fizeres dezasseis anos vais picar-te no fuso de uma roca e morrerás!
E, dando uma enorme gargalhada, desapareceu no ar.
Estarrecidos, os reis suplicaram a Primavera que rompesse o feitiço.



-Não tenho poderes para isso, apenas posso torná-lo mais suave, respondeu a fada.
E aproximando-se da princesa disse-lhe:
-Não morrerás...adormecerás profundamente, até que um beijo de amor te desperte!



Os anos passaram e Aurora cresceu e transformou-se numa bonita jovem, vivendo no bosque, sempre sob os cuidados atentos das três fadas. Ao completar dezasseis anos, estas levaram-na para o castelo, para junto dos pais.



Ficou deslumbrada! Percorreu todas as alas e, numa delas, encontrou uma velha, a bruxa Malévola, que estava a fiar numa roca, e lhe pediu ajuda. Aurora, boa como era, não foi capaz de dizer que não. Mas mal tocou na roca, picou-se, e caiu no chão profundamente adormecida.



Quando as três fadas, que já haviam regressado ao bosque, souberam do sucedido, resolveram encantar o castelo. Todos adormeceram nos lugares onde estavam, o rei, os músicos,os criados, até o bobo da corte, as aias e os cavaleiros!



As fadas foram avisar o príncipe do sucedido, pois só ele poderia quebrar o feitiço, derrotando o mal.



Na torre mais alta a linda princesa dormia. Quando encontrou Aurora, o príncipe, maravilhado com tanta beleza e com o ar bondoso dela, beijou-a com todo o amor.
O feitiço desfez-se! Aurora acordou. E acordou o rei. E a rainha também. E acordou toda a corte. E a alegria voltou ao castelo, e fizeram-se grandes festejos, com música e danças por todo o lado.



O príncipe pediu Aurora em casamento, casaram, e, como em todos os contos de fadas, viveram felizes para sempre.